Taxa Interna de Retorno (TIR) é uma taxa de desconto hipotética, calculada a partir de uma projeção de fluxo de caixa (previsão de receitas geradas por um investimento ao longo de determinado período) quando consideramos que seu Valor Presente Líquido (VPL) é igual a zero. Na prática, ela é usada por investidores para indicar se um projeto é viável ou não.
Opa, como assim? VPL igual a zero? Projeção de fluxo de caixa?
Pois é, não tem como entender o que significa a TIR sem compreender bem esses dois elementos. Então, vamos por partes.
Fluxo de caixa projetado
Nosso foco, aqui, é abordar o uso da TIR para analisar ativos financeiros, como ações.
Mas primeiro precisamos entender que a Taxa Interna de Retorno é usada principalmente na gestão financeira de empresas, para avaliar se vale a pena fazer determinado investimento.
Por exemplo: se a companhia quer construir uma nova fábrica, deve considerar o investimento para a sua construção como uma saída de caixa e, depois, estimar as receitas provenientes do aumento na produção e considerá-las como entradas de caixa.
A consolidação das saídas e entradas ao longo dos anos é o fluxo de caixa projetado, que servirá como base tanto para calcular o VPL quanto a TIR.
Veja um exemplo:
Período | Fluxo de caixa |
---|---|
0 | – R$ 20.000,00 |
1 | R$ 4.400,00 |
2 | R$ 6.700,00 |
3 | R$ 7.800,00 |
4 | R$ 8.200,00 |
5 | R$ 9.900,00 |
Note que o primeiro valor, no período 0, é negativo. Isso porque ele se refere ao investimento sobre o qual queremos calcular, adiante, a Taxa Interna de Retorno.
Os valores dos períodos seguintes são as entradas que o investimento gerou.
Se o investimento em questão for a compra de ações de determinada empresa, o valor da operação vai no período zero, os pagamentos de dividendos constam como entradas no fluxo de caixa e a valorização da ação entra no período final.
Depois, daremos exemplos e ensinaremos a fazer as projeções e cálculos no Excel. Por enquanto, o importante é que você compreenda os conceitos.
Tudo certo quanto ao fluxo de caixa? Agora, vamos ver o que é o tal VPL.
Valor Presente Líquido (VPL) é um método usado para avaliar se um projeto ou investimento é viável economicamente a partir do fluxo de caixa descontado, isto é, trazendo para o presente as entradas futuras.
A lógica é simples: se, em vez de investir em determinado projeto ou ativo, o dinheiro fosse aplicado em um investimento seguro, de baixo risco, o que aconteceria?
Se a rentabilidade projetada do investimento seguro for superior ao rendimento que está sendo avaliado, o resultado do VPL será menor que zero, caso em que não é recomendado seguir com o plano inicial.
Mas se a perspectiva é que a rentabilidade do projeto supere a do investimento seguro, então ele é viável, pois o retorno compensará o risco.
Para fazer esse cálculo, é preciso definir uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que será a taxa de desconto: a remuneração mínima para que o investimento seja considerado viável.
Podem ser levados em conta vários critérios para definir a TMA, e o mais simples é considerar o custo de capital, ou seja, um percentual de rendimento que se espera obter com a aplicação em um investimento tradicional.
Por exemplo, o gestor ou investidor pode definir que, considerando os riscos, a liquidez e o custo de oportunidade, o projeto ou investimento em análise só valerá a pena se render mais de 10% ao ano. Esse será o TMA.
Com a taxa de desconto em mãos, você pode calcular o VPL.
TMA: 10% | ||
---|---|---|
Período | Fluxo de caixa | VP |
0 | – R$ 20.000,00 | – R$ 20.000,00 |
1 | R$ 4.400,00 | – R$ 4.000,00 |
2 | R$ 6.700,00 | – R$ 5.537,19 |
3 | R$ 7.800,00 | – R$ 5.860,26 |
4 | R$ 8.200,00 | – R$ 5.600,71 |
5 | R$ 9.900,00 | – R$ 6.147,12 |
TMA = 10% VPL = R$ 7.145,28 TIR = 22% |
Fonte: https://warren.com.br/magazine/taxa-interna-de-retorno-tir/