Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real

Quando investimos em um produto financeiro, esperamos determinado retorno como compensação por cedermos temporariamente nossos recursos monetários. Da mesma maneira, quando tomamos um empréstimo, sabemos que precisamos remunerar a pessoa ou instituição de quem tomamos o dinheiro emprestado pelo período em que os recursos estiverem em nosso poder. A taxa de juros, como vimos antes, é justamente o custo do dinheiro, ou seja, o quanto é pago e recebido em uma operação financeira como remuneração pelo uso de recursos monetários durante um período de tempo.

A taxa de juros que é usualmente apresentada em um investimento ou em uma operação de empréstimo é uma taxa de juros nominal. Essa taxa é utilizada para calcular a remuneração, em moeda corrente, que é devida sobre o montante da operação. Por exemplo, suponha que um empréstimo de R$ 10.000,00 é feito pelo prazo de um ano, a uma taxa de juros de 9% ao ano. Ao final do período da operação, a quantia de R$ 900,00 (ou seja, 9% x R$ 10.000,00) é devida a quem concedeu o empréstimo, em adição ao montante original de R$ 10.000,00. Mas se houver inflação nesse período, o valor de R$ 900,00 ao final do período não terá o mesmo poder de compra de um valor idêntico no início do período. A taxa de 9%, portanto, é uma taxa de juros nominal.

Quando queremos extrair daquela taxa de juros nominal o efeito da inflação, podemos fazê-lo de duas maneiras. Sendo i a taxa de inflação e RN a taxa de juros nominal, encontramos a taxa de retorno descontada da inflação (RR) empregando a seguinte fórmula:

RR = ( 1 + RN ) ÷ ( 1 + i ) – 1

Utilizando esse exemplo e assumindo uma taxa de inflação de 5% para esse mesmo período de um ano, encontramos uma taxa de juros descontada da inflação igual a

RR = ( 1 + 0,09 ) ÷ ( 1 + 0,05 ) – 1 = 0,0381 ou 3,81%

Fonte: Braga, Vicente Piccoli M. Sistema. Conceitos Básicos de Economia e Finanças. ANBIMA. 2022. Página 8. E-book.