CUPOM CAMBIAL

Ganho financeiro, geralmente em dólar, de investir em outro tipo de moeda. Desta forma, estamos falando dos ganhos financeiros de um investimento cambial.

E por que a comparação é feita com o dólar? Pois essa é a moeda utilizada pela principal economia mundial (os Estados Unidos), representando assim o câmbio mais seguro também. Desta forma, para o investidor que possui o dólar, é preciso entender a fundo os riscos de um país antes de converter seu capital em um investimento.

Vale lembrar ainda que, ao contrário dos Estados Unidos, economias emergentes apresentam grandes riscos. Isso inclui o Brasil: temos altas taxas de impostos, problemas políticos e uma instabilidade econômica que faz o investidor estrangeiro ser mais exigente com os seus retornos antes de realizar qualquer aporte.

E isso faz todo sentido: por que investir em um câmbio de risco se os juros não compensam? É aqui que entra o cupom cambial, ajudando-o a medir os potenciais retornos da operação.

Como funciona o cupom cambial?

O cupom cambial é calculado usando basicamente duas premissas:

  • Qual é o potencial ganho com a taxa de juros do país?
  • Qual é a variação cambial esperada da moeda do país?

Vamos entender o conceito na prática usando o nosso Brasil. Para um investidor estrangeiro, converter o dólar em real precisa compensar a análise dessas duas premissas.

Imagine que, por exemplo, o nosso CDI estivesse com uma taxa de 7,5% ao ano. Essa taxa, no entanto, não representa o risco cambial. Ou seja, o real pode se desvalorizar frente ao dólar no período, fazendo com que essa rentabilidade real seja menor.

Suponha que, neste mesmo exemplo, o real tenha uma desvalorização de 4,5% frente ao dólar. Isso significa, portanto, que o cupom cambial dessa operação seria de 3,0% ao ano (7,5% – 4,5%).

Como calcular o cupom cambial?

O exemplo anterior foi utilizado para fins didáticos com intuito de explicar o conceito do cupom cambial. O seu cálculo exato, no entanto, usa de uma fórmula específica, conforme abaixo:

Cupom cambial = [(1 + Tx) / (1 + ΔCâmbio)] – 1

  • Tx = Taxa de juros local
  • ΔCâmbio = variação cambial

Aplicando o nosso mesmo exemplo de taxa de juros de 7,5% e uma desvalorização cambial de 4,5%, podemos encontrar o cupom cambial real:

Cupom cambial = [(1 + 0,075) / (1 + 0,045)] – 1 = [1,075/1,045] – 1 = 1,0287 – 1 = 0,0287 = 2,87%

Ou seja, o retorno esperado desse investimento fictício é de 2,87% neste período. Ou, de maneira um pouco mais prática, essa fórmula representa um ganho de $2,87 para cada $100 investidos.

Como analisar o cupom cambial?

A grande importância do cupom cambial é permitir que o investidor estrangeiro pondere a relação entre risco e retorno de um investimento em outro país. Essa taxa encontrada precisa ser minimamente atrativa.

No nosso exemplo, um retorno de 2,87% é absurdamente baixo para um país como o Brasil que, como já mencionamos, apresenta um cenário bastante adverso para quem busca segurança.

É por isso, afinal, que temos visto no período recente uma grande saída do estrangeiro dos investimentos no nosso país. Com a recente queda da Selic, o retorno da taxa de juros passou a ser muito baixo em meio ao risco que o Brasil proporciona ao investidor. Sendo assim, passa a ser pouco interessante aportar aqui.

A atratividade é um fator fundamental em qualquer investimento. Se o risco é elevado, será natural a exigência de melhores retornos. E isso pode ser medido, entre outras ferramentas, por meio do cálculo do cupom cambial.

Fonte: https://maisretorno.com/portal/termos/c/cupom-cambial